Lá pras bandas de SÃO CHICO !

 

Uma estrada de asfalto cheia de curvas, de repente uma virada brusca para a esquerda, passando por uma ponte, daí prá frente é só poeira e viajar na maionese, tocando forte, enrolando o barbante, saindo de traseira, torcendo para não dar de cara com um trator puxando um arado, mais uma entrada a direita, e parando para olhar para cima, o bagulho era de dar medo, só se via erosão, pedra e barranco tudo de saibro e mais liso que chão de supermercado com sabão em pó ...

Era o tal do VESTIBULAR, a rapaziada se arriscava, os mais experientes subiam, quem não conseguia voltava e começava tudo de novo...

Subitamente, um barulho estranho de um motor cheio, abafado, mas que sobrava força, o maluco nem parou para respirar, do jeito que veio entrou e subiu, parecia que tava com dor de barriga, desesperado !

Ficamos só olhando, babando e pensando, um dia a gente vai subir assim !

Chegando ao destino, São Chico, encontramos o doido e sua Montesa Cota ...

Nunca a gente tinha visto uma moto daquela, sem banco e esquisita ... o cara só esperando a rapaziada, tranquilo e querendo subir para Monte Verde !

Que jeito, se a gente não aguentava nem andar... então ele saiu em disparada e sumiu na rua do cemitério.

O cara maluco era o Luiz Azevedo, o Luizão, grande figura do mundo motociclístico, sabia tudo, consertava as motos lá na sua oficina em Santana.

Hoje rodando por esse mundo afora, e colecionando estórias e passagens do mundo das motos, mas que naquela época já instigava os mais jovens a enrolar o barbante e curtir essa cachaça que é andar de moto, em qualquer lugar, até em São Chico.

Saúde LUIZÃO, você ensinou muita gente a engatar a primeira e não parar mais.


Nelson Oliveira

Cidade Maravilhosa  - RJ

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