A Cinquentinha e o Fusca

 

Este fato aconteceu em 76, quando eu e meu amigo Marcos tínhamos então 16 anos.

Estávamos os dois na minha cinquentinha FS1 retornando da escola para casa. Eu pilotando e ele na garupa, quando num cruzamento calculei mal a distãncia de um fusca verde que se aproximava e resolvi acelerar a poderosa e passar antes.

Fomos tomados pela porrada no meio da moto (não me pergunte como, mas as nossas pernas nem arranharam) com o Marcos passando por cima de mim e eu e a moto parando embaixo do carro.

Foi uma confusão só.

A mulher desesperada dizendo que tinha matado dois meninos, enquanto a moto berrava deitada com o acelerador travado no máximo e a roda girando.

Finalmente vieram uns homens e conseguiram levantar o carro e tirar a moto debaixo.

Confusão amainada, com a mulher verificando que entre mortos e feridos salvaram-se todos, chegou a hora de contabilizar prejuízos e verificar culpados.

Diziam (ela e as testemunhas) que a preferência era dela.

E provavelmente tinham razão, já que eu nunca havia passado por ali.

O fato é que despachei a moto com o meu amigo para a casa dele que morava ali perto e tratei de ir com a mulher até a minha casa falar com meu pai sobre o conserto do fusca.

Não precisa nem dizer. Ficou uma fera. Comigo principalmente, mas com a mulher também porque não nos tinha prestado socorro (exame de corpo delito) preferindo tratar logo de seu prejuízo.

Saiu dali enxotada com o carro amassado.

No dia seguinte fomos com a Rural pegar a moto na casa do meu amigo que se queixava de várias dores no corpo.

Até hoje morremos de rir com essa história.

WALDIR AZEREDO FORTUNATO FILHO

Rio de Janeiro - RJ

waldirazeredo@hotmail.com