A necessidade de presevar...

 

Hoje tenho 32 anos e entrei no mundo das motos com 22 anos.

Digo entrar pelo fato de ter minha primeira moto com essa idade.

A primeira volta em uma moto foi aos 16 anos. Meu irmão mais velho tinha um DT 180 88. Eu achava linda e quando eu via ela parada no descanso eu a achava a moto mais linda do mundo...

Normal pra um adolescente louco pra aprender andar de moto. Aos 22 anos comprei uma DT 180 89 de meu irmão também, mas transformada para off road. Aqui em Minas Gerais é muito propício à esse esporte, devido ao relevo montanhoso.

A moto era muito boa e usei ela nas trilhas por 2 anos e ela aguentou muito bem. Depois desse período sempre tive motos, mas no entanto, sempre gostei de veículos antigo e sempre sonhei com um Maverick V8, por exemplo.

Comprei um autêntico Maverick V8 aos 21 anos e o tenho até hoje e tenho outros carros antigos e bicicletas antigas, etc.

Um certo dia me deparei com uma CB 500 F em um desmanche de motos e eu nem sabia que esse encontro abriria uma nova visão do mundo das motos e muita paixão e respeito por essas máquinas.

Fiquei sem sono por causa dessa 500 F velha. Comprei-a, sem conhecer nada do mundo das clássicas.

Quando comecei o trabalho de restauração, descobrí que o serviço iria ficar muito mais caro e demorado do que eu imaginava. Comecei à garimpar peças e coisa e tal, conhecí muitas pessoa positivas e muitas negativas, pessoas que diziam para eu deixar de lado esse projeto, um ex-dono que dizia que essa moto já era e que nunca iria consguir e etc, mas pelo contrário fui longe e após longos 5 anos restaurando, muitíssimo auxiliado pelo Alexandre Pacheco de Curitiba e que me levantou o moral dando dicas, terminei ela em setembro de 2009.

Claro que mostrei a todos de minha cidade que ajudaram a destruir ela. Ficaram sem palavras...

Em outubro de 2009 a vendi (como dito em outra história) para comprar uma maravilhosa GT 750.

Hoje tenho a GT 1975 e uma Turuna 82 linda.

A minha felicidade em ter essas máquinas não é somente em andar nelas e ouvir o som do motor, mas é em preservar parte da história não só da época da indústria brasileira ou mundial mas de preservar a memória de muitos que já possuíram outras como essas, não as deixar acabar em desmanches ou jogadas em galinheiro, mostrar aos nossos filhos, sobrinhos, etc e desconhecidos interessados, como funcionava antes o lance de ser motoqueiro.

O que acho legal é o fato de quando na rua com minha Turuna ou a GT, as turmas de motos atuais de grande cilindradas ficam sem graça, pois elas chamam mais a atenção das pessoas do que as motos novas...

Abraço a todos, e fico feliz de haver um precioso espaço para desabafarmos em uma língua compreendida somente por nós.....

Rui Cristiano Dias
rcdias2000@yahoo.com.br
Araxá - MG