Alex Barros 1982 Jacarepaguá, by Paulo Stille

 

Nas semanas de corrida naquela época, chegava no Autódromo na segunda e morava no boxehome que montava, até domingo, quando Luis o porteiro com sua Kombi me levava de volta pra casa com minhas tralhas que chamava de equipe.

De repente numa terça chuvosa, autódromo vazio, aparece um Chevette Hatch verde rebocando uma TZ125 n#5, patrocínio CALOI.

UAU!! eu tinha uma fórmula Yamaha e aquilo que fazia era meu sonho!!

No carro um coroa (Sr. Coelho) dirigia, um vesgueta do lado (Luis Strambovsky o grande mecânico) e no banco de trás, dois moleques.

Pensei: O piloto ainda vai chegar, quem será?

Alugaram o boxe do meu lado.

Ao sair para um treino com minha RX foguete, num chão molhado (que adoro), fui interceptado por Coelho que me pedia para mostrar o traçado para seu "piloto".

- OK, respondi. Cade ele?. Tá vindo, repondeu...

De repente... aparece aquele ET... era um moleque, com um tremendo capacete, e com a maior intimidade, trepou na TZ e pediu que fosse na frente.

Pensei, que irresponsabilidade, esse moleque num chão molhado, de TZ...

Fomos, e durante cinco voltas, manerei pensando nele. Só que me esqueci e enchi a mão na jaca.

Quando lembrei do moleque, senti aquele frio na espinha e ao olhar para trás grilado... lá estava ele, fazendo sinal que prosseguisse.

Que alivio, deixa esse moleque ir embora, pensei.

Passou, e duas curvas depois estava ele nos 90, atrás dos boxes, estatelado... preocupado me aproximei e tudo bem, levantou, sacudiu a poeira e partiu para a sua gloriosa carreira.

PARABÉNS ALEX, lembra disso?

Paulo Stille
pssstille@hotmail.com
Angra dos Reis - Rio de Janeiro