Allard 48, cadeira elétrica
Em 1988, estava passeando de Agrale Dakar (kit WXT) aqui no bairro, quando passo em frente a casa de um chegado e vejo um carro muito esquisito em sua garagem.
Parei, claro.
O colega estava acertando a carburação Weber enorme, cornetadas.
Fiquei pasmo com a raridade e o motor (Cadillac).
Lembrava aqueles Morgan com traseira Shelby.
Estava com câmbio Maseratti racing e embreagem seca de pista.
O capô era preso com cinta de couro !
O chegado chamou pra um "teste" do acerto.
O motor dava umas estaladas secas de seus escapes laterais cromados.
A carroceria toda de alumínio.
Eu já não achava mais "esquisito", era brinquedo "pra macho" mesmo.
Fomos pra rua, as arrancadas e trocas de marchas só patadas violentas, acelerando pouco.
E eu: Viiiiirgeeee, se você tá acelerando quase nada, meu... Isso aqui não é de brincadeira não.
Aí fomos chegando numa curva cotovelo, ele foi esterçando e reduzindo de terceira pra segunda e bombou o acelerador dando meia embreagem.
O valente inglês rugiu de verdade, lixando asfalto pra valer, e estancou em alto giro rapidamente 3º e 4º marcha e já estávamos literalmente voando, quando deu outra acelerada forte e reduzida de marcha, só com golpe de embreagem; da forma que eu fazia com meu GT V8.
Só que ali deu estraladas nos escapes e com o charme de ser conversível.
Quer dizer, a essa altura eu estava preocupado é que não tinha aqueles canos de proteção.
Mas ainda bem que o truta é doido mas orquestra na parada.
A questão foi de eu me acostumar com o espírito dos "Fórmula um" dos anos 50.
Agora, caros amigos do MC70; cadê o espírito da série "velozes e furiosos"? Ha,ha,ha,ha,ha...
Eliel
eliel.hayashi@gmail.com
São Paulo - SP