Amor nipônico
É super interessante como o amor por uma motocicleta pode nos levar a fazer coisas que nunca seriam interpretadas por humanos "normais", não motociclista / clássico.
Sou Militar e ao me mudar para uma nova cidade, a que resido hoje, fui tomado por uma grande surpresa ao me deparar com uma moto para mim estranha até então, eu que já li e leio tudo sobre motos desde os doze anos de idade inclusive tenho várias revistas Duas Rodas / Motoshow, etc..., e ao ver aquela japonesa imponente, grande, com aquele farolzão que parecia me olhar, me apaixonei na hora.
Só que tinha um probleminha... ela era do Coronel comandante da área.
Passou o tempo e eu quase todos os dias, paquerava aquela máquina e a olhava por todos os ângulos ... que japa linda, eu pensava, 750 cc, vermelha, três cilindros ... até então, na configuração quatro tempos, só conhecia motos européias, e pra quebrar o galho do boca aberta aqui um pua de cardã.
Foi passando o tempo e eu fiz amizade com o Coronel, comprei a XS dele, dei um trato e hoje tenho a oportunidade de fazer parte deste mundo maravilhoso que o senhor Ricardo e o senhor Marcos Pasini, criaram para nós, amantes das verdadeiras motocilcetas, que me faz recordar a novela Cavalo de Aço quando o Tarcísio Meira andava em uma sete galo.
Quando eu morava aí em Santo André e via aqueles grupos de motocilcistas passsando sem capacete de jaqueta preta, tenis, alguns de barba, quase todos cabeludos, ouvia no rádio as músicas do Roberto Carlos da década de setenta, Folhas, Demis Roussos ... eeee que saudade!
Então a única forma que hoje já um senhor de quarenta e dois anos, filhos criados e vida estabilizada profissionalmente, é curtir minha japonesa com todo o carinho que tenho por ela, babar nas fotos de encontros de motos clássicas e curtir em silêncio minha paixão por motos antigas, pois aqui a turma não sabe direito que cultura é esta que faz a gente enfrentar até a própria esposa para manter este relacionamento apaixonado por uma obra de arte que são as motos antigas ...
Enfim, peço a Deus que de muita saúde a essa galera que sabe o que é bom pra continuar respirando este ar carregado de fumaça de óleo dois tempos e ouvindo estas músicas que saem dos escapes destas verdadeiras motocicletas e recordando o tempo em que motociclista tinha que ter aquilo "roxo" pra segurar uma Suzy 750, uma arisca RD 350, e muitas outras...
Saúde e paz a todos.
Abraços a todos !
1º Sargento Aliomar Pereira
Cacoal - Rondônia