CBX 750F

 

Minha primeira moto, ganhei aos 15 anos (hoje, tenho 31).

Meu pai, provavelmente querendo proporcionar alegrias que não pôde ter, me deu uma CG 125, 1979, no famoso azul calcinha.

Depois de um bom tempo com ela, vários tombos, um motor quase fundido, e o magnetismo por oficinas (de tanto levar a CG pra arrumar...), chegou a hora da primeira troca.

Comprei uma DT 180, creio que 1984, naquele modelo "lingüiça", com o tanque fino.

Essas duas motos exerciam sobre mim um fascínio impressionante; não conseguia ficar um dia sem dar uma volta, mesmo sem "carta"; fugi várias vezes da polícia, fui pego uma.

Depois, chegou a hora de crescer, troquei a DT pelo primeiro carro e com isso fiquei uns 10 anos longe das motos (mas "elas" estavam perto do coração).

Há poucos anos voltei a ser motociclista, comprei uma CG 150 pro trabalho e algo reascendeu aqui dentro.

Poucos meses depois comprei uma CB 300 zero quilômetro.

Porém, algo estranho ocorria: eu não tinha o mesmo fascínio do início.

As motos tinham o formato de objetos normais, sem "vida".

Isso ocorreu há pouco tempo: quando comprei a Galo.

Aconteceu que, um mês antes de tê-la na minha garagem, apaixonei-me assim que a vi !

Depois de trinta noites de sonhos na mais ardente "paixão", comprei !

E , aquela sensação de precisar andar de moto, o friozinho na barriga, o desejo de querer lavá-la e recuperá-la até a perfeição... tudo isso voltou... voltei ao passado.... que alegre magia se esconde nas Galo capaz de transportar um homem casado, pai de família até uma das épocas mais felizes da sua vida??

Essa moto tem vida!!!!

Márcio Pires
mp.escritorio@gmail.com
Jacutinga  - MG