Meu primeiro tombo de motocicleta !

Bom meus amigos: Como nosso amigo Ricardo Pupo teve a coragem de contar sobre seu primeiro tombo, hehehe, arregacei as mangas e vou contar o meu também:

Meu pai, Danilo Afornali, o qual está na seção das personalidades, trabalha com motocicletas desde 1950, sempre com a parte mecânica... Cresci dentro de uma oficina de motocicletas, vendo Honda, Yamaha, Suzuki e todas as marcas que vocês possam imaginar...

Sonhava com elas, em estar sentado pilotando mas o tamanho e a pouca idade me negavam isto e além do mais, eu nem sabia como se andava de motocicleta, pois era somente uma criança...

Fora isto, meu pai sempre foi muito caprichoso e responsável com as motocicletas de clientes: Elas eram cobertas com cobertor de lã e nunca saíam da oficina, a não ser para os testes após a revisão, testes estes, que me faziam sonhar mais ainda...

Certa vez, uma cliente trouxe uma maquininha que era a coisa mais linda que eu já tinha visto: "Era uma Italjet" de pequena cilindrada, sem câmbio e bem pequena, menor que uma Mini Enduro...

Eu tinha apenas 7 anos de idade e não sabia andar de motocicleta, mas quando olhei aquilo, literalmente deixei meu pai "louco"... Como a proprietária era além de tudo amiga da família, olhou para mim e disse: Pode dar umas voltinhas se quiser Marcelo...

Bom, depois da maquininha revisada, meu pai deu as dicas e deixou que eu desse algumas voltas em torno de casa, pois ela tinha uma calçada de cimento e um espaço até amplo para isto... Aquele era o meu circuíto, local que com a pequena Caloi Berlineta que eu possuía, fazia miséria apesar da pouca idade...

Em duas ou três voltas, me acostumei com a maquininha e com a forma de fazê-la andar e mais do que rapidamente, pois criança aprende na hora, comecei a "enrolar" o cabo... Eu não queria mais parar e meu pai dizia para eu diminuir, pois estava muito rápido para aquele "circuíto"... Não sei explicar o porquê daquilo, se era pelo fato de ter assistido corridas de perto desde pequeno ou ter sido criado no meio das motocicletas, mas minha vontade era de acelerar mesmo!!!

E eu fui acelerando!!! Nem tinha noção do limite, mas fui acelerando... Hehehe... Como é bom recordar isto!!! Meia dúzia de voltas depois, eu já estava "cobra" no traçado... Até que... perdi o controle!!! Hehehe!!! Bem, no quintal da frente da minha casa, tinha um pequeno Pé de Ipê... Que saudade dele!!! "Dei bem de frente nele!!!" Pra quem viu, disseram que o Pé de Ipê que não era muito grande dobrou, foi até em baixo e voltou... Nada de mais grave comigo, apenas algumas escoriações, marcas e nada mais...

Somente pequenos reparos na maquininha, graças a Deus!!! O difícil, não foi acertar o Pé de Ipê com a "mão no fundo", mas foi ver a cara do "velho meu pai" olhando e repetindo a mesma coisa naquele tom furioso:

Eu não falei pra você andar devagar guri ??? Eu não falei pra você andar devagar guri??? Hehehe... Que saudades!!!

Pra quem tem 32 anos hoje, nem parece que se passaram 25 anos desta primeira palhaçada!!! E depois foram tantas!!!

Um abraço a todos e felicidades... Obrigado pelo espaço Ricardo...

Marcelo Eduardo Afornali   afornali@bicicletasantigas.com.br

Curitiba - Paraná