Meu "quase chão" !!



Por falar em tombos, apesar de pouco me lembrar dos 25 que consegui contabilizar no último que tomei (há 10 anos) desde o início de minha carreira motociclistica aos 15 anos de idade, teve um dos "quase chão" que ficou registrado no HD do meu cérebro:

Feliz proprietário de uma Yamaha RD 350 LC, adquirida 0km em 1989, decidi dividir a bunda com uma XT 600 Teneré para utilizar no dia-a-dia, por conta do trânsito e dos buracos de Sampa, idéia aliada ao conforto proporcionado pela posição de guiar.

O único inconveniente que pegava no subconsciente era o problema com o excesso de altura do banco (ou seria os meus parcos 1,70m?) que a princípio me parecia contornável, já que com a experiência adquirida como "piloto" de RD, me sentia o próprio Randy Mamola.

Como de fato, após alguns treinos para "pegar a mão" e acostumado com a cavalaria da RD, a única preocupação era na hora de parar:  Era preciso lembrar de faze-lo com a pontinha do pé no chão, literalmente parecendo um bailarino de 100 Kg... Mas enfim, como o resultado proporcionado estava além das expectativas, o problema de altura do banco transformou-se num pequeno detalhe.

Numa bela manhã qualquer, vinha eu pela av. Água Branca, a bordo da Teneré, quando num semáforo fechado, passando por entre os carros fui para a primeira fila. Ao parar e levar o pé de apoio, durante alguns pelézimos de segundo (unidade de medida 10 vezes menor que um milésimo) percebi que o chão estava demorando mais do que o normal para chegar e...e...e...

putzzz....

Lá estava eu com o ombro direito apoiado na coluna da porta de um Santana novinho (para os mais jovens há menos tempo, explico que este era o carrão da VW). O problema então naquele instante, era que pelo ângulo de inclinação, eu não conseguia distância para voltar com a moto na vertical e se tirasse o ombro apoiado, a moto faria um belo estrago na lateral do carrão. Pela janela, o motorista, preocupado, tentava em vão empurrar a moto de volta para a posição vertical, enquanto eu, segurando a XT agora inclinada, tentava descer pelo lado direito sem deixar que ela tombasse sobre o carro. Com a ajuda do agora desesperado motorista, que continuava a apóia-la através da janela do carro, busquei o ponto de equilíbrio pelo bagageiro e passei para o lado esquerdo para acionar o descanso para que pudesse escalar a danada...

Situação restabelecida, farol aberto há algum tempo, espeto a primeira e me preparo para largar como bom piloto de GP, quando percebo a falta de chiadeira e buzinas. Olho pelos retrovisores e constato que os demais motoristas que assistiam tudo do camarote, rachavam o bico de rir...

Pensando bem, naquele instante, duas coisas me ocorreram:

que eu também queria fazer parte da platéia e lembrar-me de remover meu nome grafado no capacete...

Este foi um dos "quase chão"

Eddy  eddycr@zaz.com.br

São Bernardo do Campo - SP