Minha TX 500 !!


Desde muito tempo, sempre fui apaixonado pelas duas rodas, o vento forte no rosto (tempo que não era necessário o capacete para rodar na cidade) o cheiro do mato na nas estradas... enfim... coisas que só uma moto pode proporcionar.
Já tive DT180, CB400 (1981), RD135 e por "último" uma YBR. O sonho de um motão, em mim, não era diferente de todos os demais apaixonados, um dia lendo a Duas Rodas encontrei algo falando sobre o MC70. Na mesma hora acessei. Pronto! estava ali o espaço vazio entre eu e uma verdadeira moto, sou de 1971 e pouco lembro da época de ouro das clássicas. Comecei então a procurar a que fosse meu número, acessava todos os dias, incansavelmente, o pessoal de casa já não me aguentava mais.

Até que encontrei, um TX500, aqui no meu estado, RS.
No último feriado de páscoa, fui ve-la, enfrentei mais de 400 km na minha YBR, um frio do caramba, cheguei na cidade, IJUÍ, à tarde, falei com o antigo proprietário que me levou até ela. Estava em atrás de uma parede, a primeira parte que ví foi o pára-lamas traseiro, todo cromado, um espelho... não acreditei quando meus olhos viram-na por inteiro, ele virou a chave e deu a partida no "botãozinho mágico". Que ronco! Mozart sentiria inveja, a melhor música que já tinha ouvido. Era ela, tinha que ser minha! A minha YBR era de consórcio, combinei que a quitaria e a daria como parte do pagamento. Voltei e na segunda-feira fiz o combinado. Mas liberação da minha YBR acabou demorando quase um mês, até que veio. O antigo dono da TX trouxe-a para mim em um reboque. foi num sábado. Estava trabalhando em Porto Alegre, quando minha esposa ligou: "Silmar! Tua moto chegou" - Diz para ele esperar um pouquinho que estou indo! - Peguei minha 125, e fui foram o 27 km mais longos da história! Quando cruzei a esquina, lá estava ela no reboque, reluzindo ao sol, tive vontade de abraçá-la. Fizemos a troca, tiramos fotos, o cara é gente fina. Em seguida ele foi embora. Liguei a moto, aquele ronco, peguei o capacete, meu pai veio, pegou um capacete também e saímos pela cidade, a primeira coisa que ele disse foi "isso que é moto", todos olhavam, foi ao posto abastecer, juntaram mais ou menos 20 pessoas olhando. Uns pensavam que fosse 2003, nem acreditavam que era 1976...
Depois só alegria, paro perto das kawa, suzuki, honda e até yamaha novas, para a atenção quem chama é a minha!
Só sabe o que é uma clássica quem tem uma! Não desmereço as novas, têm, claro, seu brilho, mas... uma relíquia é uma relíquia.
Até quem diz que não gosta se rende a seus encantos.
Quem ler esta história, talvez não compreenda a emoção, mas se lá no fundo teu coração bate por uma clássica, dê ouvidos a ele, vá em frente, tu nunca viste nada igual.
Só tenho a agradecer a Deus, por ter concedido este meu desejo, e à equipe do MC70 por ter viabilizado meu sonho através do site.
Um grande abraço a todos!

Silmar Lima
Sapucaia do Sul - RS
slima11@hotmail.com