Mondial Racer 1960

 

Conheci o Edgar Cardoso por volta de 1967.

Nessa altura ele já havia conquistado duas vezes o campeonato Paulista e se consagrado tres vezes campeão Santista na categoria 50cc com a MONDIAL SPECIAL, Número 88, 1960, que foi comprada 0Km pelo seu irmão, Vital Cardoso, só para competição, quando eles tinham uma oficina especializada em Lambretta, na rua João Alfredo próximo à Av Rodrigues Alves no bairro do Macuco.

Exelente mecânico e um obstinado por resultados positivos, acertava uma máquina como poucos, ele e a MONDIALZINHA eram um perfeito conjunto, tanto que nunca houve uma queda ou escorregão.

Em uma prova, por volta de 1967, no canal 4, um amigo filmou na saída de uma curva, a moto saiu de frente e ele tirou a roda dianteira do chão e corrigiu a trajetória sem tirar o gás !

    

    

 

Havia um piloto de São Paulo, chamado Peixotinho, que corria com uma moto igual com o número 66, que já usava um kit camisa pistão e cabeçote de competição.

Como a disputa era muito grande, então para não ficar para traz, foi providenciado também um kit de competição de fábrica e um conjunto de freio a tambor duplo para a dianteira, foram colocados também dois amortecedores suplementares na traseira e um com estabilizador dianteiro, posso garantir que aliado ao arrojo do piloto não tinha pra ninguém !

Em uma outra oportunidade, no Jardim Casqueiro, a equipe YAMAHA após trocar relação do câmbio, corôa, pinhão, escapamentos e etc, não conseguindo nem sequer chegar próximo do tempo do Edgard, recolheram a moto no caminhão e bateram em retirada.

Com essa máquina ele chegou a largar em categorias 125, 150 e ganhar a prova, só vendo para crer !

Em 1972 comprei-a para um sobrinho meu que participou de duas provas e a vendeu.

Em 1981 o sobrinho do Edgard cruzou no Guarujá com um garoto empurrando a danadinha tentando faze-la pegar, reconheceu pelos suportes que havíamos soldado para fixar os amortecedores, comprou do rapaz mas não se animou a restaurá-la.

Em 1988 fizemos um rolo e em um ano restaurei-a, e está comigo até hoje.

    

    

Passaria a noite contando casos sôbre ele, que morreu há dois anos e meio atrás...

Perdi um grande amigo, um verdadeiro irmão...

       

 

Carlos da Silva Pereira
peixinho@miranet.es