Perdendo a virgindade com uma Viúva...

 

Era 1989 e tinha 15 anos.
Estava estudando pra uma prova de biologia para o colégio na casa do meu colega Wanderley (estudando P$&*#& nenhuma, só jogando games num velho MSX, microcomputador pré-cambriano daquela época, e falando sobre carros e motos).

O irmão mais velho dele tinha uma RD 350 preta, como manda a cartilha, e, fatalmente, iríamos ao encontro dela.

O dono não estava em casa (na verdade, nem estava no estado, pois viajara dois dias antes), mas deixou sua viuvinha para deleite alheio, mais especificamente do irmão caçula (e de seus asseclas).

Eu, apesar de ser colecionador de todas as revistas de moto da época, nunca tinha andado em uma, no máximo voltinhas em Mobyletes e estava excitadíssimo perto daquela viúva sexy na minha frente.
E foi nessa hora que Wanderley me pergunta: "Tu já andou de moto, Andrezão?" e eu: "Marrelógico!"

Ele a ligou e deu a volta no quarteirão. Ela ficou lá ligada na minha frente. Montei na viuvinha.
Achei-a pesada parada (Lógico, pois só tinha montado em ciclomotor!), mas engatada a primeira e embreagem  "desalicatada" com cuidado, ela ficou levinha, levinha...
O problema que andei quase o quarteirão de primeira, o que deixou o Wanderley desconfiado.

Dobrado a esquina e a outra, já tinha passado a segunda e estava parado no sinal da Av. Desembargador Moreira, em frente ao Colégio Santo Inácio, logo na saída do turno da tarde. As menininhas todas no portão e eu, um moleque de camiseta, bermuda e tênis Redley, me sentindo o próprio Cavaleiro Negro em minha montaria infernal.

Acelerava e deixava o aroma 2t no ar enquanto me sentia mirado pelos olhares das estudantes jesuítas, o máximo!

Sinal verde e vamos nós! Nem tão rápido, pois a égua é arisca e eu um mero neófito no assunto, mas fui razoavelmente bem, passei primeira, segunda, terceira e mais um sinal.

De repente surge uma zoada, parecendo um enxame de muriçocas, que ficou mais alto até que notei o que era: uma gangue de "Mobileteiros" e "Monareteiros" auto-entitulada 'Kamikazes', com seus ciclomotores "tunados", com escapamentos dimensionados e guidões 'morcego', que gostavam de perambular pelos colégios do bairro nessa hora. Comecei a rir.

Fiquei saboreando o momento enquanto aqueles coitadinhos babavam com a viuvinha até que abriu o sinal e os vi desaparecerem nos retrovisores de orelha de Mickey Mouse da RDzona.

Desci a Desembargador até a Abolição, onde virei à direita para não cair no mar e tome quarta e quinta. Fui até o final da avenida, onde ela se transofrma na Leste-oeste até a Escola de Aprendizes Marinheiros e voltei até o outro extremo, passando pela Zezé Diogo e voltando pela Av. Santos Dumont, percorrendo quase toda a faixa litorânea de Fortaleza, chegando a engatar a sexta nesta avenida!

Bom, não vi o tempo passar e, quando retornei, virando a esquina da rua da casa do Wanderley, estavam todos da família na calçada, em tempo de ficarem doidos com a demora do meu "passeiozinho".

Tomei coragem e entrei na casa e desliguei minha viuvinha cúmplice. Nisso tive que agüentar os 'cagaços' de seu Honorato, pai dele e do dono da dita-cuja (que, pela graça divina, não estava presente).

Na hora de dizer o porquê da demora daquilo que só deveria ter sido uma "voltinha no quarteirão", inventei uma história de que a moto tinha morrido e não tinha conseguido dar a partida. Nisso, Wanderley diz aliviado: "Ah, foi isso? Ainda bem, rapaz! Estávamos preocupados pois pensávamos que você tinha ido dar uma volta grande e a moto estava quase sem gasolina..."
Depois desta, engoli em seco e sorri amarelo me tremendo dos pés à cabeça pelo alívio, pela excitação e pela honra de ter sido 'desvirginado' por uma viúva muuuito gostosa...

Bons tempos!
Um forte abraço a todos!

André Braga Nunes
Fortaleza - Ceará
andre.braga.nunes@terra.com.br