O tapa-furos

 

Idos de 80, rodovia Presidente Dutra, altura de Caçapava, a bordo de uma Turuninha (era o que tinha na época), cabo enrolado para ultrapassar uma carreta ...

Um estouro de pneu traseiro me faz ver de frente o guard-rail de divisão das pistas por umas 4 ou 5 vezes, até conseguir parar a danada, por uma pura sorte, sem cair.

Nessa época era comum carregar uma bolsa de tanque com ferramentas, espátulas, câmara de reserva e o escambau. Mas daquela vez, antes de sair de casa, fui convencido pelo meu cunhado a levar uma lata daquela meleca tapa-furos que segundo ele, funcionava bem.

Ao constatar os pedaços da câmara de ar enrolada na transmissão, fico imaginando qual seria o destino do tapa-furos, caso o cunhadinho estivesse por perto.
 
Final da história: sem câmara e sem socorro, mas com o tal tapa-furos amarrado no bagageiro, (na época não existia fone celular e os poucos orelhões espalhados pela rodovia não funcionavam) empurro aquela desgraça por uns 5,0 km sob um sol de 60,0ºC até chegar a conclusão de era melhor "pedir carona" na pista de volta (pra Sampa).

O único santo a parar, numa Kombi 1900 e nada, se prontifica a me deixar em Bernô city (depois de negociarmos o valor do frete).

Rapidinho, desmonto a magrela (tanque, banco, roda traseira e dianteira) e literalmente a jogo dentro da Kombi, já semicarregada.

Pra minha felicidade, o cara vem o caminho todo a "estonteantes" 60 km/h (nas descidas)...

Tenho uma baita lembrança do maldito "tapa-furos".

Eddy
S. B. do Campo - SP
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