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PERSONALIDADES TARQUINIO PROVINI |
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PERSONALIDADES TARQUINIO PROVINI |
Piloto italiano, piacentino, que ficou conhecido como "Estilista Meteórico", como era chamado pelos inglêses, por sua coragem, meticulosidade na preparação e sua habilidade em saber aproveitar como ninguém, a penetração aerodinâmica de sua máquina.
Foi um dos grandes protagonistas do motociclismo mundial, da geração de pilotos do segundo período pós-guerra.
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Em 29 de maio de 1933, nasce em Revoleto de Cadeo, Piacenza, Tarquinio Provini.
Desde muito cedo, Tarquinio respirava os ares de motores e máquinas, na oficina de seu pai.
Por isso, não é de se estranhar que com apenas 10 anos, já tivesse ganhado sua primeira motocicleta.
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Em 1949, com apenas 16 anos, disputa sua primeira corrida, com uma Alpino de 48 cc, com pedais, no circuito de Fiorenzuola, e vence a prova !
Mas é desclassificado, pois ainda não tem 18 anos !
Então, para poder competir, Tarquinio usa a licença da F.I.M de seu tio, Cesare Provini, trocando a foto pela sua.
No ano seguinte, agora com uma MV Agusta 125, vence uma corrida, no circuito de Piacenza, mas é "desmascarado", e novamente desclassificado !
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Mas em 1951e 1952, agora, legalizado, compra uma Mondial 125 e participa de várias provas, mas mesmo mostrando bom desempenho, os resultados não aparecem, por motivos vários... mas vai acumulando experiência.
Em 1953, os resultados começam a aparecer ... Tarquinio, com a ajuda do pai, prepara sua Mondial e vence 11 provas, demonstrando um estilo irresistível, tornando-se um competidor temido por todos.
Vence o campeonato italiano da 3ª categoria, e chega em 2º na grande corrida Milão-Taranto, uma das mais importantes da época.
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Giuseppe Borselli, o mais entusiasta dos 4 irmãos donos da Mondial, não deixa escapar esse jovem que corre com voracidade e estilo único, engajando-o na equipe, para o campeonato de 2ª categoria do ano de 1954.
E a confiança depositada foi amplamente reembolsada ! Tarquinio vence o Motogiro da Itália e o campeonato italiano, sendo imediatamente promovido pela F.I.M. à 1ª categoria do motociclismo.
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No final do ano, disputa sua 1ª prova do calendário mundial, o GP das Nações, em Monza, levando sua Mondial ao 2º lugar, numa belíssima prova, duelando sempre com 5 MV Agusta, entre elas a do grande Ubbiali, que fica em 3º lugar !
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E ainda tem mais ... em Barcelona, disputa a última etapa do campeonato mundial de motovelocidade na categoria 125, e vence, à frente de mais uma MV, agora de Roberto Colombo, chamando a atenção do mundo motociclístico internacional !
Em 1955, começa a correr também com a Mondial 250, e com ela vence a Copa de Ouro Shell, em Ímola, um circuito que para ele seria particularmente natural, no qual venceria outras seis vezes durante sua carreira, com motos de quatro diferentes marcas (Mondial, MV, Morini, e Benelli).
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Com a 125 vence novamente o campeonato italiano !
Ao estrangeiro, pouco sai, mas Tarquinio tem o seu primeiro contato com o Tourist Trophy na Ilha de Man. Borselli havia cedido aos seus insistentes pedidos, e o levara, com a condição de não fazer tolices. Acontece que no anseio de aprender logo o (longo) circuito, Tarquinio se enfiou numa cabine de telefone com sua Mondial ... e a dor maior não foi do tombo, e sim da tolice que havia prometido evitar !
Em 1956, foram raras as aparições no mundial, participando apenas de duas etapas da categoria 125, onde é 3º, no GP da Alemanha, atrás de Ferri, de Gilera e do vencedor Ubbiali, de MV, e no GP da Itália, em Monza, onde chega em 2º novamente vencido por Ubbiali.
Seu foco é na Itália, onde vence o campeonato italiano novamente, desta vez na categoria 175 cc.
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O ano de 1957 seria formidável para Tarquinio... não só pelo 5º título italiano, nas 125 e nas 250, mas conquista também o seu 1º título mundial superando a forte coalizão da MV Agusta, com Carlo Ubbiali, Luigi Taveri, Roberto Colombo !
Sua escalada para o título começa com uma magnífica vitória no Tourist Trophy na ilha de Man , outra em Assen, e em Francochmaps.
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Faz também algumas provas com a 250, e vence a Copa de Ouro em Ílmola, o GP da Itália, em Monza, e o GP da Holanda em Assen !
No final do ano, a Mondial, por motivos financeiros, decide se retirar oficialmente das competições assim como também a Moto Guzzi e a Gilera.
Tarqunio aceita o convite do Conde Domenico Agusta,e vai para a equipe de seu maior rival e desafeto, Carlo Ubbiali.
Entre os dois não haverá cordialidade, mesmo que não seja aparente, e somente a intervenção direta do Conde trará um pouco de tranqulidade à equipe.
No primeiro ano de convivência, em 1958, Ubbiali fica com o título mundial das 125.
Tarquinio conquista o título das 250, novamente com vitória no TT da Ilha de Man, Assen, Nurburgring e Ulster. A Copa de Ouro também é sua nas 250 !
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Em 1959, porém, Ubbiali é o campeão nas duas categorias, e Tarquinio fica com o vice também nas duas categorias, obtendo importantes vitórias como, novamente, o TT da Ilha de Man (125 e 250), Kristianstad, de 125 e Assen de 250.
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Para compensar, conquista pela sétima vez o campeonato itlaiano.
Como a parte social da equipe MV Agusta não vai bem, Tarquinio prefere passar para a Morirni em 1960, que confia nele para o desenvolvimento de uma nova 250 monocilíndica.
Mas os resultados não aparecem no mundial, e para piorar, sofre uma queda a velocidade máxima, em Francochamps, que por muita sorte não tem consequências sérias, pois o acidente acontece no único lugar sem guard-rail do circuito !
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Em 1961, as vitórias voltam e Tarquinio conquista mais um título italiano ! Mas no mundial, as Hondas 250 de quatro cilindros começam a dominar o cenário e a Morini de Tarquinio é a primeira aparecer depois das japonesas.
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Em 1962, a agora melhorada Morini 250, proporciona a Tarquinio, mais um título italiano, e alguns bons resultados no mundial, como um 3º em Assen e um 2º em Monza, mas ainda fica longe das Hondas.
Em 1963, Tarquinio vive um drama com a Morini ! O título mundial, que poderia acontecer, mesmo em cima das japonesas é comprometido por circunstâncias absurdas !
Nas primeiras duas provas da temporada, em Barcelona e Hockenhein, Tarquinio impõe uma humilhante derrota às japonesas Honda de 4 cilindros e Yamaha de 2 cilindros.
Porém, para o TT, a Morini inexplicavelmente não se inscreve, deixando de marcar preciosos pontos.
A maior falha aconteceria no GP da Alemanha Oriental, quando, por falta de visto de entrada, a equipe é bloqueada na fronteira ... mais pontos são perdidos de forma grotesca !
Mas o valente Tarquinio vence em Monza e em Buenos Aires, deixando a decisão do título para a última etapa, no Japão.
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Porém, correndo em casa, e com o italiano sofrendo de otite, a poderosa Honda é campeã, com Redman ... Tarquinio chega em 4º e fica com o vice-campeonato das 250 apenas 2 pontos atrás !
Para consolo, mais um título italiano e mais uma Copa de Ouro em Ímola !
Em 1964, deixa a Moroini, que o substitui por um jovem piloto que está despontando, Giacomo Agostini, e vai para a Benelli, que tem uma 4 cilindros em desenvolvimento.
Mas o ano não é bom, exceto no sinuoso circuito de Barcelona, onde Tarquinio vence em cima de Redman de Honda e Read de Yamaha !
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Em 1965 as coisas vão melhor, e Tarquinio volta ao vértice nacional, conquistando mais um título italiano das 250, e disputando alguma provas superlativas, como em Ímola, mas acima de tudo em Monza, onde debaixo de uma chuva torrencial, vence em cima das resistentes e velozes Yamaha de 4 cilindros de Read e Ivy, e das MZ, deixando a todos de boca aberta !
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Na categoria 350, estréia com a Benelli, conquistando um ótimo 3º lugar, mostrando que para 1966 irá dar trabalho em nova categoria !
Mas o ano de 1966 reserva uma surpresa ...
Com a Benelli 250, conquista mais um título italiano, seu 12º na carreira !
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No mundial, nas 350, um 2º lugar atrás de Hailwood e sua Honda, deixa Tarquinio e a torcida italiana muito animados.
No Tourist Trophy, porém, pista em que era vencedor e veterano,sua vida iria mudar ...
Nesse ano, por consequência de um problema da marinha inglêsa, a prova deste ano aconteceria ao final do mes agosto, e não em junho com sempre era realizado.
Esse adiamento criou uma condição ambiental particular para a disputa, que iria prejudicar os veteranos, aconstumados a competir em junho ...
No dia 25 de agosto, nos treinos, que começariam às 5:30, horário local, uma parte da pista, que é uma estrada, recebia diretamente a luz do sol que nasce no mar.
Os organizadores colocaram uma placa, onde havia um sol do amanhecer estilizado e a frase, em inglês, "Beware the Sun" (cuidado com o sol). Porém, o inglês de Tarquinio "mal dava para ler cardápio", e a figura do sol não chamou atenção.
Tarquinio vem com sua Benelli a 200 km/h e dá de cara com uma explosão de luz, que o deixa completamente cego momentaneamente ... sem conseguir adivinhar para onde iria a estrada, o tombo é inevitável !
Tarquinio não consegue se levantar, pois sua coluna estava fraturada em vários lugares !
Quando no hospital, já atendido, vem a notícia do médico ... ele não poderá andar mais.
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Porém, com extrema força de vontade, Tarquinio depois de alguns meses, já caminhava, mesmo com grande dificuldade.
Mas sua brilhante carreira estava encerrada !
Para continuar ligado ao que mais amava, as motocicletas, Tarquinio cria uma fábrica de miniaturas de motos de competição a PROTAR (TARquinio PROvini), que foi um enorme sucesso.
A Protar tem a maior coleção de motos famosas do mundo todo, de 1927 até os dias de hoje, reproduzidas em detalhes incríveis.
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Isso lhe deu conforto financeiro para uma vida confortável, ao lado de sus esposa Gelmina e os filhos Marzio e Tullio.
E como tudo um dia acaba, em 6 de maio de 2005, aos 71 anos, o "motor" deTarquinio Provini deixa de funcionar ... o campeão, parte para alcançar a eternidade dos mitos, vítima de um ataque do coração, em Bolonha, onde viveu grande parte de sua vida.
Há quem possa dizer que ele só fez sucesso na Itália, e com motos italianas, mas isso não traduz a verdade. Foram várias propostas de equipes alemãs, e até japonesas, para pilotar inclusive motos de grandes cilindradas, onde o sucesso poderia ser maior, mas ele não aceitava.
A interrupção prematura de sua carreira não deixou que colecionasse títulos mundiais como outros pilotos, mas não é justo avaliar um piloto apenas pelos seu títulos.
Tarquinio criou um estilo próprio de pilotar, escondendo o corpo completamente dentro da carenagem, formando ele e a motocicleta, uma só entidade, fazendo do coração e o motor uma coisa só !!
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A sua sensibilidade era proverbial, e podia informar com enorme clareza aos mecânicos detalhes mínimos do comportamento e das funções mecânicas da sua moto !
Um piloto sem igual, estilista impecável, preciso na preparação, extraordinário debaixo de chuva, cheio de vitalidade e que fazia da pilotagem um coisa natural como respirar !
Nossa homenagem ao grande ...
TARQUINIO PROVINI
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Por Ricardo Pupo
Colaboração: Goran Slavic
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Comentários:
Comentário dos Internautas:
O que dizer ? Matéria maravilhosa, fotos idem. Parabéns.
Tabajara A.Jorge
(miraassumpcao@terra.com.br) Domingo, 2 de Julho de 2006, às 17:39:49
É muito bom saber de detalhes sobre pilotos que fizeram a história do motociclismo. Mais uma ótima matéria parabéns.
Othon Voador Russo
(othonrusso@yahoo.com.br) Segunda Feira, 3 de Julho de 2006, às 17:27:31
Maravilha, mais um grande piloto que fico conhecendo. Só com o motosclassicas70 podemos completar esse buraco da historia do motociclismo mudial, pois aqui no Brasil é a única fonte destas maravilhosas historias,obrigado.
Jonny'O
(jonnyo@bol.com.br) Sexta Feira, 7 de Julho de 2006, às 10:24:48
Super piloto ! Que Jesus Cristo o ressuscite para a eternidade!
Ivan de Jesus e Silva
(ivan.51@hotmail.com.br) Sexta Feira, 27 de Outubro de 2006, às 18:51:03
LINDA MATERIA, PRINCIPALMENTE QUANDO VC RESGATA UM BELO DOCUMENTARIO DE ANOS ATRAZ, PERFEITO...
nome: PROF. ALZENRAILE GALDINO BEZERRA
(ALZENRAILEGB@HOTMAIL.COM) Terça Feira, 24 de Junho de 2008, às 21:00:59
Não faz muito tempo, havia em um cantinho da loja do Sr. Luiz Latorre, na General Osório, uma estante com varias miniaturas da Protar, lindas... Acho que poucos se lembram disso... Bela materia. 09.09.2009 Saudações MANO B+
nome = Manoel J. Silva
email = manob.clangor@uol.com.br
