|
por:
Marcos V.
Pasini
|
|
Honda XL500S 1981
|
Meu
contacto com "Big-Trails" de motores a 4 tempos deu-se, somente, a partir da
“era-Ténéré” (no Brasil, depois de 1988), quando tive bastante convivência com a própria e com outras similares que foram comercializadas
em nosso pais, nessa época.
Antes
disso, bem antes, na década de 70, as maiores trail que tínhamos eram as
Yamaha DT250 e RT360 e, posteriormente, no começo dos anos 80, a Montesa 250
e 360 H6.
Yamaha DT250 e Montesa
360 H6
As "Big-Trails" dos anos 70/80, no Brasil |
A
Honda XL500S não foi importada oficialmente no Brasil, portanto não tivemos
acesso a essas belíssimas “puro-sangue”, em sua época de glória...
Somente
neste teste, tive a oportunidade de, pela primeira vez, pilotar este “trator
de duas rodas”.
|
pilotando pela primeira
vez a Honda XL500S
|
A
Honda XL500S:
Ao
contrario de sua concorrência, a Honda preferiu, nas primeiras versões Trail
(geração XL) manter sua tradição em
motores 4 tempos, bem antes da severidade das leis de emissões
de gás de escapamento, nos EUA, principal
alvo de vendas das fábricas japonesas.
Essa mesma lei, nos EUA, provocou a descontinuidade do uso
dos motores 2 tempos, mais poluidores que os de 4 tempos.
No
Brasil pudemos ter ou ver as charmosas XL250 Motosport, que vieram na
segunda metade dos anos 70.
Infelizmente, a proibição das importações nos impediu que pudéssemos
conhecer melhor as outras componentes do clã XL.
|
Honda XL250 Motosport 1975
|
A
Honda XL500S é, ainda, da fase dos amortecedores “bi-choque”, inclinados
em torno dos 45°(bastante, em relação às motocicletas da época).
|
detalhes do sistema de amortecedores bi-choque fixados acima
do eixo traseiro
|
O motor á um monocilíndrico
SOHC (comando simples no cabeçote) 4 válvulas, de 497cc.
A exemplo de nossas XL250R, a XL500S conta com uma saída de escapamento para cada
válvula, formando um escapamento primário do tipo 2x1.
|
detalhe do
monocilíndrico de 497cc com o escapamento 2x1
|
Seu painel é
composto apenas do velocímetro, com hodometros total e parcial, e as luzes de
advertência de setas, neutro e farol alto.
A chave de
contacto localiza-se ao lado direito do velocímetro, abaixo do painel das
luzes de advertência.
|
detalhe do painel
notem que a escala
principal é em mph
|
Dirigindo
a Honda XL500S:
A
partida, no kick, tem que ser acionada ajustando-se o ponto exato da compressão
com o auxílio de um descompressor.
Depois
disso, bastante pensamento positivo e...acione o pedal !!!....
Ela,
ao contrário de nossas, não tão antigas, XL250R, responde rápido e sua
usina monocilindrica mantém o compasso de sua robusta marcha-lenta.
A
arrancada dela é simplesmente fantástica, em se comparando com nossas
modernas “ on-off road ” de 600cc...
Ela,
sem nenhum pudor, insiste em querer levantar sua roda dianteira, mesmo sem o
auxílio da embreagem, em acelerações na 1a. marcha.
Esse
modelo tem a suspensão traseira convencional, para a época, com dois
amortecedores hidráulicos com molas.
A suspensão dianteira, com molas internas, tipo “Cerianni”, tem um
comportamento super-macio, para uso em ruas com pavimentação regular.
Ao
contrário de suas sucessoras com suspensão monoassistida, a altura do banco
ao solo é adequada a pessoas de estatura mediana, não comprometendo a
segurança em situações de emergência.
altura do banco
bastante confortável e segura para uma trail
|
A
ciclística dela é muito boa, tendo-se mostrado bastante leve e maleável em
transito urbano.
Apesar
do bom tamanho da XL500S sua manobrabilidade é bastante boa.
|
bastante leve em
manobras a baixa velocidade
|
O
cambio de 5 marchas tem um escalonamento compatível com a exuberância de
torque que seu monocilíndrico fornece, desde as rotações mais baixas do
motor.
Seus
freios, a tambor nas duas rodas, são suficientemente eficientes, se usados
em conjunto com o generoso freio motor de seu motor 4 tempos.
A posição de
dirigir é adequada a pilotos de estatura mediana, não causando nenhum
trauma.
|
ergonomia na medida
certa
|
Os comandos,são
macios, assim como os pedais de cambio e
freio, transferindo bastante conforto ao piloto.
Vibrações e
aspereza, estão dentro do limite aceitável. Afinal é uma Trail...
Sua roda
dianteira de 23" permite menor sensibilidade às irregularidades do
solo.
