Test Drive
Kawasaki 100 G4TR
1972

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por: Marcos V. Pasini  



Kawasaki 100 G4TR 1972

A primeira vez que vi uma Kawasaki 100 G4TR, foi no começo dos anos 70, provavelmente 72 ou 73, quando Luiz Latorre importou um lote variado de modelos da marca.
Este teria sido o segundo e último lote de motocicletas Kawasaki que Latorre trouxe para o Brasil.

Me lembro que, na época, um integrante da turma que eu freqüentava, no bairro das Perdizes, na capital paulista, comprou um exemplar desses, que tive o prazer de pilotar. 
Essa opção de compra teria sido "meio que na marra" devido ao fato de ser a maneira mais rápida de “passar pra frente” uma Ducati 250 Mark-3 1969 que ele tinha, considerada, na época, como um “mico” (difícil de ser comercializada), e Latorre a aceitou na troca com a pequena Kawa, pois representava, também, a marca italiana da casa de Bologna.

É mole??? Quem diria... Uma Ducati Mark-3 “mico”???... Ah se fosse hoje...

Como esse lote importado não era de grande volume, a Kawasaki G4TR 100, tornou-se uma raridade nos dias de hoje, sendo o exemplar testado, o único de que tenho notícias nos últimos 30 anos.

Pena que o "marketing" de motocicletas pouco conhecidas no Brasil, era restrito, apenas, a quem freqüentava a “Esquina do Veneno” e adjacências, coisa que somente os motociclistas veteranos e seus aprendizes tinham o costume de fazer.

Hoje, a realidade deste famoso e movimentado ponto de venda de motos e moto-peças, em São Paulo, é outra, assim como a quantidade de motociclistas no Brasil. 
Mas, nos anos 70 a coisa era muuuuuito diferente.

Voltando ao assunto, esta “gracinha” de 100cc que iremos descrever conseguiu “colorir” um pouco mais nosso discreto mercado na década de 70 e o “Motos Clássicas 70”, hoje!

Vamos ao teste!!!


A Kawasaki 100 G4TR:

Trata-se de uma “Trail” com um competente propulsor monocilindrico de 2 Tempos e com um exótico câmbio de 10 marchas (5 normais + 5 “reduzidas”), que atraiu, na época, a atenção dos mais corajosos e desprendidos clientes das já confiáveis concorrentes Yamaha, Honda e Suzuki.


notem a saliência na tampa lateral, onde se aloja a "reduzida"

A Yamaha, ainda, dispunha do modelo LT2 “Fazendeira” com cambio semelhante ao da pequena Kawa, mas essa nós contaremos depois...

Com os para-lamas cromados, um lindo grafismo no tanque e um conjunto escapamento/protetor super agressivo, a G4TR coloca-se, na minha opinião, como a mais bonita motocicleta, dos modelos de mesmo porte, oferecida na época.


detalhe do grafismo do tanque da G4TR


para-lamas cromados 
sendo o dianteiro, com suporte superior

O painel conta, somente, com o velocímetro, odômetro total e parcial, e luzes de advertência.
A chave de contacto encontra-se em bom local, ao lado do velocímetro.


velocímetro, luzes de advertência e chave de contacto

Os comandos, com acionamentos convencionais, situam-se em boa posição ergonométrica.


acionamentos convencionais


boa ergonomia


Pilotando a Kawasaki 100 G4TR:

A Kawa G4TR, à primeira vista, parece ser menor do que é...
Quando sobe-se nela, a ergonomia se mostra "na medida" para estaturas medianas, com  a agradável sensação de que não vai-se desabar junto com ela a qualquer momento!!!


pequena e confortável

Comandos em boa posição, boa altura em relação ao solo, boa visibilidade do painel, completam seu confortável layout.

Partida pelo pedal a G4TR responde suavemente com uma marcha-lenta bastante estável.

Primeiramente utilizei a versão "normal" de relação final de marchas e seu desempenho se mostrou bastante satisfatório.
Apesar dos seus 99cm3 com 11hp, ela lembra o desempenho de uma 125cc 2-Tempos, com a mesma agressividade, típica dessa versão de motocicleta.

O ruído do motor é suave com o escapamento cumprindo seu papel com competência!!!

As marchas, com a posição de engate convencional (1a. para baixo e as outras para cima), tem um engate suave e um bom escalonamento. 

Engatar a "reduzida", requer um procedimento bastante complicado para o dia-a-dia, mas, após convertido o sistema por intermédio de uma alavanca no guidão e alguns "engata-empurra", dirigindo-se tem-se a impressão de estar pilotando uma 185cc. 
Bastante "curta" mas, no transito urbano, suficientemente rápida para acelerar entre um semáforo e outro.


notem a alavanca de acionamento da "reduzida"

Os freios atuam o suficiente para manter a segurança na pequena Kawa.
A G4TR contorna as curvas com segurança, apesar de seus pneus não serem adequados para o asfalto.
A suspensão tipo "Cerianni" na dianteira e convencional na traseira, proporcionam uma estabilidade satisfatória na dirigibilidade em asfalto.


pilotar a Kawa G4TR é muito bom!!!

Seu conjunto óptico é suficiente para compor a segurança da pequena Kawa.


conjunto óptico da Kawasai G4TR

O amigo Marcelo Ponzoni, proprietário do modelo testado nesta matéria, realmente nos surpreendeu com esse achado!!!
E nós, nos sentimos honrados em pilota-la em primeira mão, após ter sido restaurada.
E o “Jacaré”, foi o encarregado em deixá-la “no ponto” para nosso “test-drive”.  

Obrigado, Amigos!!!


KAWASAKI 100 G4TR
bela motocicleta...




Kawasaki 100 G4TR


Nossos agradecimentos ao Marcelo Ponzoni e ao Jacaré, pela colaboração nesta matéria

Este teste foi realizado no Bairro dos Campos Elíseos, em São Paulo, SP

FICHA TÉCNICA
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Comentários:


Nome:   E- Mail:


Dá gosto ver estas motinhas tão bem restauradas. Eu tive o prazer de andar em uma Suzuki TS185 com um sistema de reduzida na caixa de marcha semelhante. Só que era feita a mudança de uma para outra em um pequeno pedal colocado atrás do pedal de marcha. A moto se transformava realmente. Bem bonita esta Kawa tão rara. Um abraço.

nome: Kleber Klein
( siacadastral@uol.com.br ) Sábado, 29 de Janeiro de 2005, às 23:14:03


Olá amigos , bela motinha essa heim? éra a receita pra fazer um moleque feliz... parabens a todos!

nome: amauri botelho
( ambotelho@hotmail.com ) Segunda Feira, 31 de Janeiro de 2005, às 00:12:47


Gostei da materia mas, só que ,não é verdade ,guem restarou ,foi um conhecido á dois anos atrás e não esse tal jacaré .

nome: marcio carvalho
( rhiero@hotmail.com ) Segunda Feira, 31 de Janeiro de 2005, às 21:11:13

Caro Marcio,
Desculpe-me mas, talvez, não tenha ficado claro meu comentário.
Quando disse que
nos sentimos honrados em pilota-la em primeira mão, após ter sido restaurada, e que o Jacaré, foi o encarregado em deixá-la “no ponto” para nosso “test-drive”, quis dizer que nós pudemos pilotá-la após ter sido restaurada (não citei quem restaurou) e que o Jacaré "apenas" deu os últimos toques para que seu motor funcionasse corretamente...
Obrigado pela observação
Abraços
MP


Pasini, antes de mais nada meus parabéns pela exelente matéria como é de costume, li o comentário do colega Marcio Carvalho e peço desculpas a ele e principalmente para o Serginho que me vendeu e restaurou esta maravilha com todos os detalhes e peças que ele mesmo confeccionou, o Jacaré fez o trabalho final de cabos, elétrica e acertos de carburação e comandos, que também como sempre ficou exelente. Bem, estou bastante orgulhoso de ter finalizado este projeto, com certeza uma bela peça para minha coleção. Grande abraço a todos e obrigado por todos os elogios.

nome: Marcelo Ponzoni
( marcelo@raemp.com.br ) Terça Feira, 1 de Fevereiro de 2005, às 18:38:10


MARCÃO, MAIS UMA VEZ PARABENS PELO TESTE DRIVE E PELA DESCRIÇÃO TÃO PRECISA DESTE TESTE, A MOTINHA É MUITO BONITA.
ABRAÇOS

nome: RUBENS " RATÃO " AGUIAR
( RAGUIAR@CTEEP.COM.BR ) Quarta Feira, 2 de Fevereiro de 2005, às 23:55:18


Essa materia foi muito legal por ter mostrado como era as motos antes

nome: victor almeida ferreira
( victor_ccs@hotmail.com ) Terça Feira, 8 de Fevereiro de 2005, às 15:29:47


Achei muito boa essa materia , vcs tao de parabens , meus amigos...

Tenho uma Suzuki Orca AX 100CC 2Tempo ano 98 impecavel tb e linda de morre , essa e tb a minha paixao , a minha AX parece ate ano 77 ela e muito linda se quizerem falar comigo me mandem email...Obrigado..Richardson de Curitiba-PR

nome: Richadson
( riclinkinpark@hotmail.com ) Sábado, 12 de Fevereiro de 2005, às 14:09:50


Primeiramente gostaria de agradecer ao amigo Marcelo Ponzoni pelo reconhecimento do meu trabalho na restauração desta motocicleta e em segundo lugar gostaria de agradecer ao observador Marcio Carvalho que reconheceu a motocicleta apresentada na matéria como a mesma que estava em minha oficina sendo restaurada.
Parabéns, a equipe do motos clássicas 70 pela matéria e aguardem uma raridade nunca vista no Brasil, vale a pena esperar.

nome: Sergio G. Afonso
( terramotocicletas@hotmail.com ) Domingo, 20 de Fevereiro de 2005, às 21:37:34


Esse motor de dois tempos eu gosto muito dessa manto antiga muito louca

nome: paulo wesio
( wesiokiko@hotmail.com ) Domingo, 13 de Janeiro de 2008, às 15:27:52