Test Drive
YAMAHA 125 AT2-E
(com grafismo da AT3)

 

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por:  Marcos V. Pasini



Yamaha 125 AT2-E 1972 (com layout da AT3)

Inicialmente, precisamos deixar claro que, segundo seu proprietário, o Giovanni, de Piraí, cidade do interior do estado do Rio de Janeiro, a motocicleta testada é uma 125 AT2-E (1972), com toda "roupagem", caprichosamente substituída pela da AT3 (1973), a qual tem as mesmas características técnicas básicas da AT2.


Yamaha 125 AT2 1972

Quando comprei minha primeira Yamaha 125cc, uma YAS1, isso em 1971, fiquei dividido entre ela e a primeira Trail de 125cc feita pela Yamaha, que acabava de chegar no "seu"Edgard (Edgard Soares), importada pela recém-inaugurada Yamaha Motor do Brasil.
Era a AT1-E!!!
Fantástica!!!...Com partida elétrica e tudo!!!...
Realmente fiquei dividido mas, a vontade de ter uma bicilíndrica 2-tempos foi maior...


Yamaha AT1-E (1971) a primeira trail 125cc da Yamaha

A Yamaha 125 AT2-E:

Como já dissemos antes, a primeira representante da linha AT (A=125cc e T=Trail), foi a AT1, sendo que no Brasil tivemos somente a AT1-E (E=partida elétrica). Isso em 1971.
Vieram poucas unidades mas, em 1972, a Yamaha entrou de sola e importou uma grande quantidade deste modelo mas, na versão atualizada, a AT2-E.

Foi nessa época que começaram as competições de Motocross no Brasil, e a equipe oficial da Yamaha contava com duas MX125 (versão AT2 de competição), tendo nada mais nada menos que a famosa dupla Denísio/Tucano como protagonista.

Muitos outros pilotos, iniciantes nesta nova facção do motociclismo, colocaram "na pista" motocicletas Yamaha 125 AT2 com leve preparo de motor ou mesmo "in natura", somente para poder dar seu saltos e escorregões controlados nas curvas da Trailândia (pista de cross na Cidade Universitária, na capital paulista, nos anos 70), junto a ícones do motociclismo nacional, como Nivanor, Tucano, Denísio, Paulé, entre outros grandes nomes da moto-velocidade, que se firmavam no recém-nascido motocross brasileiro.

A AT3 (1973), cuja roupagem equipa a AT2 testada, chegou no Brasil em duas versões, a AT3-F (partida mecânica) e AT3-E (partida elétrica).

A pintura do tanque difere da AT2 pela presença de uma faixa preta com contornos brancos em forma de "gancho".
Os piscas dianteiros passaram para o guidon (algumas versões da AT2, que não vieram ao Brasil, também tinham esta característica).


piscas fixados no guidon

Existem outras pequenas diferença, como as cores, mas tecnicamente a moto é praticamente a mesma.

Tem-se feito alguma confusão nesses modelos quanto ao numero seqüencial AT1,2 e 3 porque o número de chassis de todas elas começa com "AT1 ...", por isso, um modelo AT2 ou AT3, por vezes, é chamado, erroneamente, de AT1.

Após a AT3 (lembramos que a Yamaha nunca numerou seus modelos com o n° 4, por superstição), vieram as DT, código que passou a qualificar todas as Trail da Yamaha a partir de 1974, independentemente da cilindrada.

Toda linha AT, veio com a rodagem 18" na frente e atrás.
O Kit MX era fornecido com o aro dianteiro 21".

Nas versões AT, o para-lama dianteiro é junto à roda, apesar da maioria das "Trail" e "Cross" dessa época já serem com o para-lama alto.

Isso persistiu até a chagada das DT, que eram fornecidas com o aro dianteiro 19" e para-lama alto, em plástico.


pneu dianteiro tipo "Trail", aro 18"
notem o para-lama junto à roda

Seu conjunto óptico é alimentado por uma bateria de 12V que também abastece sua partida elétrica "dynostart".


detalhe do conjunto óptico

Seu painel conta com um visível conjunto de tacômetro e velocímetro, com luzes-piloto de neutro e setas sendo a do farol alto na caixa do farol.

O miolo da chave de contacto localiza-se em um excelente local, entre os dois "relógios".


detalhe do painel e da chave de contacto

O cambio, de 5 marchas, tem o acionamento por pedal, pelo lado esquerdo, sendo as marchas posicionadas da maneira tradicional, ou seja, primeira para baixo e as outras quatro para cima.

Seu motor monocilíndrico de 2 tempos, 123cm3, é lubrificado por meio de uma bomba de óleo 2T ("autolube"), injetando o óleo 2T no coletor de admissão.
O reservatório de óleo 2T, situa-se abaixo do banco, no lado esquerdo.


detalhe do tanque de óleo, no lado esquerdo
e, em baixo do banco encontra-se o bocal de abastecimento

O chassis é tubular tipo berço duplo alojando um protetor de cárter.

Dirigindo a Yamaha AT2-E:


"city-traffic"em Piraí, RJ

A AT2-E tem sua partida elétrica, como em todas antigas 2 tempos da marca, com o sistema "dynostart", onde o dínamo, que normalmente é movido pelo eixo do virabrequim para gerar corrente, quando se aciona o botão de partida, é "energizado", passando a mover o motor, fazendo,assim as vezes do "motor de arranque" convencional.

Na motocicleta testada tudo correu bem com a partida elétrica e pudemos perceber que apesar da má fama do "dynostart"quanto à durabilidade, nem sempre acontecem problemas!


detalhe do botão de acionamento da partida

A AT2-E é extremamente "esperta" em sua dirigibilidade, tendo sua velocidade final entre 100 e 110km/h menor que as "street", que é em torno dos 120~130km/h.

A aceleração é bastante sentida, proporcionando uma sensação de potencia bastante grande.
O bom escalonamento do cambio ajuda bastante.

Sua manobrabilidade é excelente, tendo-se absoluto controle em curvas com pequeno raio e em velocidades baixas.


excelente manobrabilidade

Seus pneus, do tipo "Trail", criam a possibilidade de seu uso "off-road", praticamente sem restrições, exceto para competições, onde o terreno, por vezes alagadiço, requer o uso de um pneu mais agressivo, tipo "cravo".
O uso dos pneus tipo "Trail" no asfalto, não compromete de maneira nenhuma a segurança em sua dirigibilidade


sem problemas no asfalto, apesar de seus pneus tipo "Trail"

O escapamento para cima, tem esse "layout" para permitir seu uso "fora-da-estrada", sem o rico de colisão com pedras e outros obstáculos.

Esse tipo de escapamento, apesar de sua "simbólica" grade de proteção, expõe muito a perna do piloto a queimaduras por ocasião de tombos e, também, em condições normais de uso quando não se usa roupa apropriada, tipo bermudas, shorts, etc...

Tenho algumas recordações...


escapamento alto pintado em preto-fosco
notem a grade de proteção "simbólica", que não evita o
risco de queimaduras na perna

Os amortecedores dianteiros, desde a AT1, são do tipo "Cerianni", com as molas internas, na "canela".

Os dois "parrudos" amortecedores traseiros, dão conta do recado, apesar do reduzido curso, se comparados a um mono-assistido, tipo "Monoshok".


detalhe dos amortecedores traseiros

A altura do banco ao solo é de bom tamanho para transmitir segurança a pilotos de estatura em torno dos 1,70m.

O comutador de farol alto/baixo e buzina, localiza-se no lado esquerdo do guidon, junto à manopla.


detalhe do comutador de farol alto/baixo e buzina

Os freios a tambor, simplex nas duas rodas, são de pequeno diâmetro mas suficientes para parar com segurança a motocicleta em situação de emergência, apesar do motor 2 tempos não oferecer o, sempre bem-vindo, freio-motor.

A Família AT da Yamaha, marcou o início da prática do motocross amador e profissional, no Brasil!!!

Essa AT2-E é uma grande "Clássica das Trail"!!!

Ficha Técnica - Clique aqui

Yamaha 125 AT2-E


Yamaha 125 AT2-E

O teste foi realizado em Piraí, RJ.

Nossos agradecimentos ao Giovanni pelo empréstimo de sua AT2 (3) para a realização deste teste!

Se você quiser, faça seus comentários sobre essa matéria

Comentários:


Nome:   E- Mail:


Tenho uma grande paixão por motos antigas do tipo Trail e eu aghei a Yamaha AT2-E liniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiissima pena que tenho somente 11 anos .

nome: Diego Henrique
(diegofurupa@bol.com.br) Domingo, 4 de Janeiro de 2004, às 11:09:51


Placa iniciando com "K" - talvez coisa do acaso ou essa magrela saiu de Goiás para viver no Rio? Legal.

nome: Paulo
(dacostapereira@bol.com.br) Domingo, 4 de Janeiro de 2004, às 11:27:20


Bela Matéria!!!

Tive uma vemelha, com a bandeira 125 no tanque, era 1974 e não tinha a tão bem vinda, partida elétrica...

Ainda assim, era ótima, extremamente manobrável. Na época, fiz várias trilhas com ela na região de Itaipava, Vassouras, Mauá, Penedo e Maromba, no Rio cheguei a andar nas dunas da Barra da Tijuca com ela, algo que seria impossível hoje, não pela moto, mas pela explosão imobiliária do bairro...

Em 1980, desmontei ela toda e a preparei exclusivamente para trilha, troquei todos os parafusos por hallen Inox, isso reduzia o peso das ferramentas que precisava transportar nas trilhas, aliviei o peso retirando a bateria e a maioria do sistema elétrico, instalei um cachimbo de motor de popa, deixei somente o corta-corrente e o farol ligado direto, retirei todo o sistema do autolube, acrescentei as juntas de papel o líquido veda-juntas, o resultado final foi quase um jet-ski, pois andava com ela em rios e praias, com água até a altura do filtro de ar

Em 1982, ela já estava bem surradinha... comprei então uma DT180 batida e fiz um up-grade total, instalando com pouca adaptação, o motor e cambio da DT180, coloquei aro 21 na dianteira e pronto e inclinei os amortecedores traseiros,aumentando o movimento da balança, a moto ficou um foguetinho, cheguei a fazer algumas viagens do Rio à Nova Friburgo, onde tinha uma namorada na época, o único problema era a vibração... ainda assim me divertí muito com essa moto...

Em 1985, tive que vende-la, pois estava morando em Mato Grosso e meu irmão mais novo, então com 16 anos, não cansava de "rouba-la" sem a autorização minha ou da mamãe, para ir a praia na Barra, ou namorar na pista de patins da Lagoa... Essa moto era o objeto de consumo da época, e a minha em particular ajudou a inspirar colecionadores como meu amigo Bernardo...

Obrigado por me trazer de volta tantas boas lembranças...

Parabéns

nome: Paulo de Bastos
(paulobastos@aquariusemp.com.br) Segunda Feira, 5 de Janeiro de 2004, às 11:27:55


Muito bonita essa moto , mas ela me fez pensar numa coisa: seu estilo é muito parecido com as Suzuki TS 125 ou 185.E empre assim , Yamahas e Suzukis sempre muito parecidas , tanto que peças de uma marca servem na outra sem grandes dificuldades.Não sei quem copia quem , mas são duas excelentes marcas.

nome: Claudio Alves
(snakesp@ig.com.br) Sábado, 17 de Janeiro de 2004, às 00:16:38


ALTO NIVEL O TRABALHO TODO O DA MATERIA EO DA RESTAURACAO , MOTO LINDA , UMA VEZ EU QUASE COMPREI UMA AT 2 DESSAS , FOI EM 81 AI FIQUEI COM UMA RD 350 ANO 74 , MAS SOU AFCIONADO POR TRAILS ANTIGAS , PELO MENOS TO PODENDO CURTIR O COMECO DA RESTAURACAO DE MINHA YAMAHA MINI ENDURO 80 , GT 80 , MAS SEMPRE PROCURAREI TER UMA AT I,2 OU 3 , ESTOU PRECISANDO DE UN CANO DE ESCAPE DE GT 80 SE SOUBER QUEM TEM UM PRA VENDER , SO FALAR!

nome: RODRIGO DO RIO
(rodmotocross@hotmail.com) Sábado, 17 de Janeiro de 2004, às 23:03:59


Uma moto dessa com partida elétrica!
Maravilhosa matéria e muito bonitinha a moto.

nome: Tabajara A.Jorge
(miraassumpcao@ig.com.br) Sábado, 26 de Junho de 2004, às 12:28:14


Essa moto era uma das mais elegantes de sua época.
Parabéns pela conservação.

nome: Fábio Pinto e Silva
(fpsilva@zaz.com.br) Terça Feira, 13 de Julho de 2004, às 21:47:17


Achei muito legal essa matéria e quero agradecer pelas fotos enviadas que me fizeram recordar o meu passado dessa época e essa moto maravilhosa que me proporcionou trilhas incríveis valeu!!!!!!!!!!!!!

nome: Alexandre
(alexandrececato@yahoo.com.br) Quarta Feira, 1 de Dezembro de 2004, às 19:31:25


Bravo elle est trés joli

nome: éric
(PLUMBERLOVE@MSN.COM) Domingo, 21 de Agosto de 2005, às 09:37:14


je vais peut etre en achete une demain... J'ai hate

nome: fanzi
( f3zzz@wanadoo.fr ) Sábado, 29 de Outubro de 2005, às 23:40:28


Hola,
j'ai la même en bleu,il faut que je l'a finisse et je cherche des pièces!
amicalement!

nome: philippe
(torresphil@yahoo.fr ) Domingo, 1 de Outubro de 2006, às 08:34:14


Adorei sua motoca ela é realmente show de bola

nome: batello
(junior_batllo@hotmail.com ) Domingo, 3 de Dezembro de 2006, às 13:45:24


Otima máteria eu posso dizer que esta moto e uma joía rara pois eu tenho uma 74 vermelha e gosto muito de dar aquela voltinha de final de semana so para que os admiradores olhem bem para a setentona que ainda sobrevive nestes 33 anos.

nome: Carlos gean do nascimento silveira
(geannsilveira@ibest.com.br) Sexta Feira, 8 de Junho de 2007, às 20:33:47


Que delícia ver isso, essa foi a minha primeira moto, era azul 1972. Essa matéria foi de arrepiar, a 1ª moto ninguém esquece.

nome: Chico Nehring
(chico@primaverapp.com.br) Domingo, 27 de Abril de 2008, às 22:31:54