Test Drive
YAMAHA 200 CS3E
1971

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A "Yamaha 200", como era conhecida na época, foi sucessora da 180 CS2E, que já tinha deixado bem claro aos que nela tinham andado como é que as coisas funcionavam...

Para se ter uma idéia do naipe dessas motos, foi com motocicletas 180 CS2E que Denisio Casarini e Walter “Tucano” Barchi fizeram suas estréias em corridas de moto-velocidade !


por: Marcos V. Pasini

Tal qual a “180”, a “200” é uma moto de comportamento praticamente esportivo, com uma diagramação de janelas peculiar que proporciona uma potencia considerável em médias e altas rotações deixando a frente tendendo a levantar durante a “esticada” em 1ª marcha (sem embreagem).

O visual das duas motos é muito parecido, praticamente igual, a menos do diâmetro dos pistões, “pads” de borracha no tanque, que a “200” não tem, e as cores diferenciadas.


 
 Yamaha 180 CS2E 1970

 


Yamaha 200 CS3E 1971

 

Sua sucessora foi a CS5E, que tem o lay-out semelhante ao de uma R5 que, por sua vez, foi a precursora da RD200, bastante conhecida no mercado.

Quando meu amigo Eládio, dono da “Troka&Troka”, em Santos, apareceu com essa CS3E para restaurar, apesar do estado mais do que precário em que ela se encontrava, quase dei um pulo de alegria !!!

Sem duvida, coloquei pilha no Eládio para restaurá-la e ele gostou da idéia.

Infelizmente acabamos não fazendo o “passo-a-passo” dela mas testemunhei o capricho e a quantidade de peças que chegaram via “e-bay”...

Pilotando a Yamaha 200 CS3E:

Ligamos a chave de contacto...Acionamos o botão de partida no punho direito e... A partida funciona !!!!!

Aliás, está mais fácil ligar esta CS3E na partida elétrica do que uma moto “0-Bala”.

O sistema de partida elétrica “dynostart” inverte a polaridade no dínamo, mudando sua função de movido para motor, durante a partida.

O sistema elétrico é abastecido por uma bateria de 12V que sustenta o funcionamento do motor. Sua manutenção é feita pela lateral esquerda.

A tampa, que dá acesso à bateria, também protege a "caixa" de ferramentas e o acesso ao elemento do filtro de ar.


lateral esquerda fechada


lateral esquerda aberta.
notem a "caixa" de ferramentas atrás da bateria e a do filtro de ar à frente

 

Esse sistema proporciona uma partida silenciosa, macia e rápida.

Marcha-lenta e ponto regulados pelo Dorival (chefe de oficina da Troka&Troka) mantém o motor funcionando bastante estável.

Na saída, falta um pouco de torque, que é restabelecido já nos 1500~2000rpm crescendo progressivamente até os 4000rpm, quando as janelas de transferência laterais nos pistões começam a agir com mais intensidade, acelerando a moto com bastante intensidade.

Esse tipo de pistão, apesar de não ser “Torque Induction”, tem, também, duas janelas laterais que atuam em um rebaixo no cilindro, tipo “by-pass” para incrementar a potencia em rotações médias e altas.

Caixa de texto: JANELAS
detalhes do sistema de janelas extras visando potencia
neste exemplo, está sendo mostrado o motor da DS5E que, nessa característica, é similar aos da CS2E e CS3E

Caixa de texto: REBAIXOS

O motor é um bicilíndrico ("twin") em linha, transversal, com a defasagem entre as manivelas de 180°, com 2 carburadores de venturi variável (pistonetes) e bomba de óleo 2T ("Autolube"), regulada por cabo, injetando óleo entre o carburador e o coletor de admissão.


detalhe dos carburadores


tanque de óleo do "autolube" na lateral direita, basculante para facilitar o abastecimento - o bocal se afasta da interferência com o banco
notem a "caixa" de ferramentas à esquerda e a do filtro do ar à direita

 

O cambio é de 5 marchas, tipo convencional, do lado esquerdo: 1ª para baixo e as outras 4 para cima, com o ponto-morto entre a 1ª e a 2ª.

O freio, de acionamento mecânico (cabo na dianteira e varão na traseira), é a tambor nas duas rodas, sendo o dianteiro com acionamento"duplex", ou seja, com ambas as articulações nas sapatas que atuam simultaneamente, comprimindo as lonas uniformemente na superfície interna do tambor, e o traseiro com acionamento simples (“simplex”).


detalhe do freio dianteiro

 

O conjunto se mostra bastante eficiente, apesar de tender ao travamento do dianteiro, em condições severas de frenagem.

Sua ciclística é extremamente suave.
O motor, em função de seu bom balanceamento natural dos bicilíndricos 2T (180°), não vibra e os comandos são leves e ergonomicamente bem distribuídos.


pilotando a Yamaha CS3E


boa altura do banco ao solo

 

A chave de contacto posiciona-se entre os instrumentos, no painel, em local seguro e de fácil acesso mas a trave de direção tem seu acionamento à frente da moto, abaixo do farol, o que torna a tarefa de travar e destravar a moto muito desconfortável.

O painel é composto de tacômetro, velocímetro (nessa moto, em m.p.h.) somente com hodômetro total, e luzes de advertência de ponto morto, setas, farol alto e carga de bateria (a ignição é 12V por bateria e dois platinados).

A visibilidade do painel não é das melhores, em função do tamanho dos instrumentos e da sua posição quase vertical.


detalhe do painel
notem o "fermarsterzo" ao centro


visibilidade dos instrumentos prejudicada pelo tamanho e posição de montagem

 

O "Fermasterzo" (dispositivo manual de enrijecimento do guidon, localizado na caixa de esferas), ajuda a manter a estabilidade em rodovias, minimizando o aparecimento de "shimming".

O chassis, em berço, mesmo com a suspensão dianteira telescópica com molas externas e, traseira com 2 amortecedores hidráulicos com molas reguláveis, atuando entre os braços flutuantes e o quadro, proporciona uma dirigibilidade segura em retas e em curvas acentuadas.

Seu desempenho e ciclística são muito bons, tanto em cidade como estrada, onde pode-se cumprir o limite legal de até 120Km/h com facilidade. Recomenda-se uma vela NGK B8HS, nesse caso.

O conjunto óptico é satisfatório, com um bom farol, setas e lanterna traseira proporcionando boa visibilidade.

Tenho andado bastante com essa moto e, posso assegurar que a restauração está sendo de 1ª linha tanto que me sinto como em 1972 quando, pela primeira vez, pilotei uma maravilha dessas.

Parabéns, Eládio !

 


FICHA TÉCNICA
clique aqui

Obs. Os problemas na cor lilás que aparecem nas fotos são devido à resolução da máquina fotográfica, e não com a pintura da motocicleta que, ao vivo, está impecável.


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Comentários:


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Bela moto.
Se puder da proxima vez coloque um arquivo de audio pra gente matar a saudade do ronco do bicilindrico 2t cada vez mais dificil de se ouvir nas nossas cidades.

nome: Luiz Antonio
(luiz.somm@estadao.com.br) Quinta Feira, 4 de Setembro de 2008, às 21:42:35


Parabéns pela motocicleta!
Tbém tenho uma 1971 e estou precisando do emblema do tanque...poderia me ajudar?
Gde abraço e parabéns.

nome: Maurício Reis
(mauricio.reis@ciba.com) Quinta Feira, 4 de Setembro de 2008, às 22:34:59


Só vocês mesmo pra dar gás ao nosso lado saudosista.

nome: paulo roberto
(prdcp@yahoo.com.br ) Quinta Feira, 4 de Setembro de 2008, às 23:36:22


Somente repetirei a frase final do Marcos Pasini ao final da matéria:
Parabés Eládio!

nome: DEUSDETE (DAVI) OLIVEIRA
(deusdete_oliveira@ig.com.br) Sexta Feira, 5 de Setembro de 2008, às 10:08:49


Parabéns pela restauração e pela reportagem!
Eu tenho um carinho por essas motos, pois foi em uma CS2 180, ano 69 que eu aprendi a pilotar motos, em 1981, aos 12 anos.
Um dia eu gostaria de comprar uma pra mim.
Valeu, Marcos, valeu, Eládio!

nome: Ricardo Cezar Trivelato
Sexta Feira, 5 de Setembro de 2008, às 10:10:03


Parabéns, a pouco mais de 2 meses comprei uma RD135Z ano 89 e tomei gosto pelas motos (particularmente 2T) hoje sou um apaixonado por essas motos.

nome: Giovane
(calvette.88@gmail.com) Domingo, 7 de Setembro de 2008, às 14:34:37


Que saudade, aprendi a pilotar em uma dessas. Era moleque e não alcançava o chão.O namorado da minha irmã sentava mais para a garupa e depois que colocava a moto em movimento ,eu tomava o comando.
Parabéns, linda moto.

nome: Eduardo Carvalho
(duduland130@hotmail.com) Quinta Feira, 11 de Setembro de 2008, às 19:40:05


Linda, linda, linda! Eu não acreditava que ela tinha partida elétrica.
Linda!

nome: Tabajara Aparecido Jorge
(tabajara-tabinha@hotmail.com) Sexta Feira, 12 de Setembro de 2008, às 10:10:18


Parabéns a moto ta linda, só por curiosidade nos anos 80, o Bigode um mecânico maluco de São José dos Campos, colocou esse motor (200cc) pra funcionar com os pistões trabalhando em paralelo, imagine dois pistões subindo e descendo ao mesmo tempo, o ronco ficou muito legal. obs: o Bigode agora é alinhador de quadro,
Abraço.

nome: Paulo Henrique Correia
(paulynhobb@ig.com.br) Sexta Feira, 12 de Setembro de 2008, às 12:58:00


Parabens bela moto, eu sou suspeito de falar porque sou apaixonado por motores 2 tempos. um grande abraço!

nome: Robson Prudente
(robson_prudente@yahoo.com.br) Sexta Feira, 12 de Setembro de 2008, às 21:20:48


Belo exemplar da decada de 70,tive a oportunidade de ter uma moto desta mesma cor ano
72 em 1976, era muito nervosa andava muito, parabens pela restauraçao.

nome: LUIZ LARIOS
(LUIZLARIOS@YAHOO.COM.BR) Sábado, 13 de Setembro de 2008, às 22:01:22