Test Drive
GILERA
Giubileo 175cc
1966

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por: Marcos V.Pasini


Gilera Giubileo 175cc - 1966

Em 1967, meu pai e eu, aprendíamos a andar de moto em uma Leonette, porém, ela foi se tornando muito "pequena" para nós dois juntos, aliás, nós três, pois minha irmã de 7 anos ia no tanque!!! Então, ele resolveu aumentar a frota motociclística da família, deixando a Leonette só para mim andar (junto com ele, é claro...).

Foi então que, tendo visto o "seu" Edgard (Edgard Soares) andando em uma moto "diferente"em Itanhaém, cidade do litoral paulista, despertou a curiosidade em meu pai sobre aquela moto, levando-o a ir ter com ele, para se informar sobre ela.

Me lembro que o "seu" Edgard disse: "A Gilerinha é muito boa..."
Meu pai, então comentou comigo: 
"Gilerinha? E a Leonette é o que, então?"
Claro que o "seu" Edgard estava acostumado a motocicletas do porte das BMW's, Triumph's, etc, e a Gilera Giubileo, para ele, era, realmente, uma "Gilerinha"...

Após isso fomos à caça da Gilera, para comprar.
Nos dirigimos à "Gilca, S/A", em São Paulo, que era a importadora oficial da marca no Brasil, e apos alguma (bastante) pechincha, compramos a "nossa Gilera".

Manual do Proprietário da nossa Giubileo 67

Essa motocicleta tem um significado especial para mim, por meu relacionamento pessoal com ela, e pela lembrança de meu pai que adorava essa moto, de paixão...

Tão importante foi, que hoje estou restaurando um exemplar, modelo 1966, igual à moto testada.
Está difícil, muito difícil mesmo, porém, me dando uma satisfação especial.

Clique aqui para ver a restauração da minha Gilera

Agradeço, pessoalmente, ao Wilson Fruchtengarten, que nos cedeu sua moto, essa ímpar oportunidade, para o site Motos Clássicas 70 testar um exemplar de uma motocicleta, hoje, rara até na Argentina, e, em especial para mim pois, após 32 anos, voltei a andar em uma Gilera Giubileo 175, antes mesmo de concluir a restauração da minha.


Iniciando o Teste-Drive!
Após 32 anos, de novo, uma Gilera!
A emoção de uma largada...

Obrigado, Wilson!!!

A Gilera Giubileo 175:

Essa motocicleta, cuja marca é italiana mas que tinha esse modelo fabricado na sucursal argentina, fazia parte da cadeia evolutiva dos motociclistas que estavam deixando as "cinquentinhas" e estavam se preparando para encarar as velozes Ducati 250cc Mach-1 e Mark-3, que estavam "na moda", naquela época.


Gilera Giubileo 175, transformada, na época, em "Scrambler", por EdgardSoares.
Foto: Mário Hélio Sanctos

Foi importada, em peças, da Argentina e montada na capital paulista pela "Gilca S/A Industria e Comercio de Veículos", situada à Rua Olavo Egídio, no bairro de Santana.
Beneficiada pela abertura do financiamento direto ao consumidor, em meados de 1968, teve um grande impulso nas vendas, nessa época.


Flagrante de uma Giubileo 175, em frente à loja do Edgard Soares, no final dos anos 60.
Foto: Mário Hélio Sanctos

O modelo testado foi o 1966, que tinha (tem) o filtro de ar incorporado ao carburador Dell'Orto com cuba separada.
O modelo 1967 , vinha com o filtro de ar remoto, cujo elemento se situava dentro da caixa lateral direita.


Gilera Giubileo 175cc 1966, cedida por Wilson Fruchtengarten,
para o teste

Ainda, em 1969, foram importados exemplares do modelo Spring Country TC, de 185cc, também de origem argentina.


Gilera Spring Country TC 185cc 1969

Nela, assim como nas italianas monocilíndricas com motores 4 Tempos, era costume na época, se usar o escapamento tipo "megafone", que consistia em um tubo cônico, logo após a curva, sendo na ponta, com as bordas levemente curvadas para dentro.

Era uma moto de status, na época.
Porem, com a chegada das 125 bicilindricas japonesas de 15hp, contra os discretos 12,5hp da Gilera, a concorrência, apesar da diferença de preço (cerca de NCr$ 3500,00 da Giubileo contra NCr$ 5000,00 da Honda CB125K2) com o tempo, foi aniquiladora.
As japonesas contavam com requintes de conforto que as italianas (e as argentinas) não dispunham.
O resto da história vocês já conhecem...

Dirigindo a Gilera Giubileo 175cc:

Dada a partida, no pedal, do lado esquerdo, o motor respondeu rápido.
Ouvir, de novo, o ronco de uma Gilera, foi uma emoção muito grande, para mim.
Consegui lembrar-me imediatamente do som da nossa antiga Giubileo 175cc. 
Foi incrível...

Seu porte é discreto, a pesar de seus 110Kg.
Ela veste, com folga, pilotos com menos de 1,70m de altura.

Super confortável, para a época, a Giubileo 175cc, proporciona uma ergonomia adequada para o piloto e garupa.

A suspensão é macia porém o banco é bastante duro.
O exemplar testado estava com um estofamento mais macio que o original, portanto, mais confortável.

Os comandos de farol alto / baixo e buzina, são localizados em uma caixinha localizada no lado esquerdo do guidão, com um acesso fácil para o condutor.

A chave de contacto, tem quatro posições: Luz de Estacionamento - OFF - Lanterna - Farol.
Ela se localiza entre o velocímetro e a luz de advertência, na caixa do farol, em lugar de fácil acesso.


Vista superior

O painel, é super simples.
Conta apenas com um velocímetro embutido na grande caixa de farol, com uma visibilidade bastante difícil, em função do posicionamento e do pequeno tamanho.

Além do velocímetro, sem hodometro parcial, a Gilera Giubileo dispõe, de uma luz de advertência que acende com o contacto ligado e se apaga quando o motor entra em funcionamento.

O sistema elétrico é de 6V e 7Ah, que alimenta satisfatoriamente seu grande farol, lanterna traseira, luz de freio (traseiro) e buzina.


Vista frontal da Giubileo 175cc

Como a maioria das motocicletas anteriores a 1970, a Gilera não possui setas e retrovisores (originais).

O pedal de partida é pesado, "ma-non-troppo"...
Pode-se acioná-lo, sem grandes complicações, se o piloto estiver fora da moto pelo lado esquerdo, onde se localiza o pedal, e movimentando-o com a perna direita.
Ocasionalmente um "contra-golpe" pode ocorrer mas, sem conseqüências mais relevantes...

O monocilindrico OHV (válvulas no cabeçote e comando no bloco) de exatos 172,5cc, apresenta a vibração típica deste tipo de motor mas, isso "faz parte, né?"
Sem stress...


Dirigindo a Gilera Giubileo 175cc

O pedal do cambio, de 04 marchas, com curso bastante grande, localiza-se, originalmente, do lado direito (e o freio traseiro no lado esquerdo).
A Gilera, porém, permite ao cliente, inverter esse posicionamento, tendo, para isso, de se fazer uma intervenção mecânica no cambio.

O modelo testado estava com a pedaleira do freio e a da alavanca de mudanças de marcha da maneira (japonesa) convencional, ou seja, cambio na esquerda e freio na direita.
O acionamento do pedal de cambio é bastante macio, apesar de que o curso longo, às vezes, é incomodo.

A ordem de engate das marchas é: 1-N-2-3-4, sendo a 1a. para cima e as outras para baixo.

A suspensão dianteira é hidráulica, com mola externa coberta com uma capa cilíndrica metálica, e a traseira é composta por um braço oscilante com molas de torção e dois amortecedores hidráulicos.
O comportamento do conjunto suspensão é satisfatório, em se tratando de uma bi-choque "Very Old-Fashion".
Pode-se fazer curvas bem agressivas (inclinadas) no asfalto, tendo-se de tomar cuidado, apenas, para não raspar as pedaleiras e o lindo escapamento de alumínio, no chão.


Detalhe do escapamento de alumínio e a coroa do 
lado direito, incorporada ao espelho do freio

Os freios, a tambor, simplex, na dianteira e na traseira, em conjunto com o bom "freio-motor", de seu propulsor, fornecem um comportamento seguro e eficiente durante as frenagens.

A ciclística é muito boa em transito e em rodovias, apesar de sua velocidade máxima estar em torno dos 115Km/h.
Mesmo, assim, é possível circular em velocidades que beiram os 80Km/h, sem muito trauma.

A Gilera Giubileo 175, foi objeto de desejo da geração "pré-japonesas", e mantém, até hoje, seu fã-clube cativo.
Com um custo-benefício atraente, ela participou com sucesso do emergente mercado motociclístico no, então novo, cenário nacional...

Para acessar a FICHA TÉCNICA clique aqui

Essa espartana motocicleta, fez a alegria dos jovens e sêniors do final dos anos 60, causando  admiração na moçada que começava os seus primeiros passos em suas japonesas de 50cc

Ela tem o seu carisma...


Totalmente à vontade...

Se você quiser, faça seus comentários sobre essa matéria !

Comentários:


Nome:   E- Mail:


Você esqueceu de contar que eu ia no tanque!....Brincadeira...

nome: Tuca
(alphaprint@terra.com.br) Terça Feira, 3 de Setembro de 2002, às 12:53:45

NR:   Tuca é minha irmã, e eu deixei de mencionar esse fato na reportagem...
        OK, Tuca, foi corrigida minha falha. Beijos.

        MP


Salve Pasini!
Ao ver sua foto com a Gilera, achei que você estivesse com saudades da Leonette, logo ví que tratava-se de uma moto melhor, porém, a "Gilerinha" segue a tradição das italianas, de serem pequenas, independente da cilindrada. Sem dúvida mais um de seus achados "arqueológicos". Um abraço!

nome: Carlos Trivellato
(setrivellato@uol.com.br) Terça Feira, 3 de Setembro de 2002, às 13:53:29


Queria saber se a velocidade maxima dela,e queria save quANTO CUSTA UMA E E PLATINADO O SISTEMA DELA quanto cabe no tanque de gasolina

nome: thiago barboza
(tigho@zipmail.com.br) Sexta Feira, 13 de Setembro de 2002, às 14:47:29


Obrigado Marcos, muito obrigado!!!! Quero te agradecer por ter-me transportado para uma época de minha vida pré-japonesas. Pois também convivi e andei por quase tres anos com uma Gilera 215. Foram muitos os passeios com aquela moto( menos eficiente do que as japonesas, porém mais confiável ). Lembro-me de quando nós andavamos pelas BR da vida ( fomos o primeiro grupo de motos de Caxias do Sul ) , eu girava a manopla do acelerador no máximo e não tirava mais desta posição . A maquininha ia aos 110 -115 km /hora fosse em reta ou curva. Como eram bons aqueles tempos em que as loucuras eram sadias e todos voltavam dos passeios. Abraços ao amigo e continue nos dando estes prazeres, Alberto.

nome: Alberto Rech
(alb.rech@terra.com.br) Domingo, 15 de Setembro de 2002, às 23:48:56


Marcos:
Felicitaciones por tu excelente trabajo.

Gustavo Cotroneo
Argentina

Amigo Gustavo
Muchas gracias, por tu comentario.
Esperamos que continue visitandonos! 
Saludos

Marcos Pasini


Parabens Marcos esta motocicleta é realmente uma jóia rara, eu tenho uma revista 2 rodas do ano 1974, no qual relata uma incrivel viagen do Brasil até os EUA, com estas duas valentes Gilileras um abraço Vicente vulgo Alegria.

nome: Vicente Otavio de Paula
(depaula@terra.com.br) Domingo, 22 de Setembro de 2002, às 19:28:50


Fui proprietário de uma Gilera 175cc igual a sua, meus parabens

nome: Enio Guzinski
(edlg@terra.com.br) Domingo, 27 de Outubro de 2002, às 00:31:33


adoro essa moto e vou tentar restaurar uma em breve....
alexandre
alex.f.m@bol.com.br (Quinta Feira, 2 de Janeiro de 2003, às 21:04:43)


Marcos Pasini, se você quiser podemos lhe contar algo mais sobre a Gilca (Gilera Capri) e a linha de montagem na rua Olavo Egídio, em Santana. Me passa um e-mail que lhe mando o meu endereço e telefone para contato. Não sei se posso dizer isto, mas todas elas passaram pela minha mão. Parabéns, a reportagem é excelente! Meus irmão vão adorar.
Adriano Ermete Ferro
adrianoferro@uol.com.br  (Terça Feira, 18 de Março de 2003, às 23:00:54)


Muito bacana... Meu pai adorou! Quem montava as Gileras lá em Santana eram o meu avô e ele!
Lina
linaferro@uol.com.br  (Quinta Feira, 20 de Março de 2003, às 13:03:58)


 yo tengo una gilera giubileo modelo 1966 como la de ustedes y la voy a restauran muy pronto. Tiene el escape de aluminio original como venia de fabrica, y una insignia que dice Gilera en guardabarro delantero. Cualquier comentario no duden en enviar un email que con gusto se los contestaré. Aqui en mi ciudad hay muchas de estas gilera.
Javier
gletreros@ciudad.com.ar  (Domingo, 18 de Maio de 2003, às 23:46:52)


Acabo de ver el excelente trabajor que realizaste en la Gilera, a mi tambien me hizo recordar momentos en que mi papà tenia una igual. Hoy yo tengo una Gilera Macho del año 77, tambien restaurada a nuevo. Cualquier cosa que necesites o te pueda hacer falta escribime, yaque soy miembro del Club Argentino De Gilera. Si te interesa te mando fotos de la mia. Felicitaciones
Mauricio Arguello 
Domingo, 3 de Agosto de 2003, às 22:58:39


Show de bola!!! Parabéns pela dedicação e o que ela representa a você e sua familia, talvêz seus filhos e netos aprenderam a ter bom gosto... Já tive outras motos antigamente ( RD 350, 250, CB 50, etc ) algumas me arrependo de ter vendido, hoje estou muito contente com a minha CB 400 four 76, já mais maduro e paciencioso com a "foursinha" e pretendo em breve encarar um desafio como este, p/ depois se sentir orgulhoso em ver o passado " resurgir das ferrugens ". Valeu, " tigrão "...

nome: Alexandre Pacheco dos Santos
( aletunari@ig.com.br ) Quinta Feira, 18 de Dezembro de 2003, às 23:55:49


Essa italianinha é lindona.
Parabens.

nome: Tabajara A.Jorge
( miraassumpcao@ig.com.br ) Sábado, 26 de Junho de 2004, às 12:08:15


Meu, sei onde tem uma gilera, jogada no fundo do quintal. mas tem que restaurtar e muito, vou ver se compro essa moto e ponho ela pra andar.

nome: Sandro Piracicaba
(scgdick@hotmail.com ) Sábado, 2 de Dezembro de 2006, às 18:51:02


Muy buen trabajo,veo en la pagina que escaneaste el manual de propietario ,podrias enviarmelo a mi casilla de email,estoy hace rato levantando todo tipo de informacion sobre las gileras y me seria de mucha ayuda ese manual,bueno gracias por tu tiempo y espero tu respuesta,saludos.

nome: hernan

(gileramacho215@yahoo.com.ar ) Domingo, 24 de Junho de 2007, às 00:47:37


Buenisima la MOTO!
Estoy restaurando una igual.
Podrian enviarme el manual? lo estoy buscando hace mucho

nome: Luciano
(lucianosalgueira@hotmail.com) Domingo, 27 de Janeiro de 2008, às 23:37:46

Vou procurar alguém que tenha um para vender, OK?
Abçs.
MP


Mi parece la moto perfecta para calle y que responde bien en ruta estoy ppor restaurar una con todo gusto

nome: gustavo
(chevy_822@hotmail.com) Terça Feira, 29 de Janeiro de 2008, às 11:48:51


Saludos amigos solo queria decirles que muy linda la moto y comentarles que tengo un spring modelo 76 y necesito algunos repuestos

nome: Jorge
(kalamar_20@hotmail.com) Quinta Feira, 8 de Maio de 2008, às 15:36:59


Marcos bom dia ! parabéns pela restaudação dessa moto Gilera, ficou muito linda e bem original.
Em 1970 eu morava em São  Jose dos Campos, tenho um velho amigo que tinha uma Gilera iqual a esta, curtimos muito os anos 70 com esta bela maquina.
Abraços

Marcos Toledo Fróes
[marcos.froes@hotmail.com] sex 12/12/2008 10:41